09/12/2024

Candidata a vereadora que recebeu R$ 300 mil de fundo partidário denuncia fraude e teme por sua vida

Brenda Carvalho, candidata a vereadora de São Luís pelo partido Podemos nas últimas eleições, que obteve apenas 18 votos, decidiu se pronunciar sobre as denúncias de fraude envolvendo o uso do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. O caso, que já é alvo de uma ação na Justiça Eleitoral, pode levar à cassação da chapa do partido por suspeita de irregularidades na cota de gênero.

Em suas redes sociais, Brenda desabafou e revelou temer pela própria vida e pela segurança de sua família. A jovem afirmou que foi usada como peça em um esquema e negou ter utilizado os R$ 300 mil destinados à sua candidatura. “Não fiz campanha, mas também não usei R$ 300 mil. Basta ver para onde foi o dinheiro que entrou e saiu da minha conta. Eu sou vítima e a vítima não foi só eu, mas apenas eu estou indo contra um sistema e correndo risco de vida”, declarou.

Brenda ainda apresentou capturas de tela de conversas com supostas pessoas ligadas ao partido, que teriam encaminhado o destino das notas fiscais relacionadas aos recursos partidários. Segundo ela, foi orientada a fornecer seus dados para que os processos administrativos fossem conduzidos.

A jovem registrou um boletim de ocorrência em que relatou ter recebido mensagens intimidatórias de José Wilson de Macedo, conhecido como Dedé Macedo, empresário e pai do deputado federal Fábio Macedo. Dedé também é avô de Fábio Macedo Filho, presidente do Podemos em São Luís e recém-eleito vereador. Além dele, outros dois candidatos do partido, Wendell Martins e Raimundo Júnior, também conquistaram cadeiras na Câmara Municipal.

O caso gerou repercussão e levanta suspeitas sobre o cumprimento das cotas de gênero no partido, requisito obrigatório pela legislação eleitoral. A Justiça Eleitoral agora analisa as provas apresentadas e pode determinar punições, incluindo a cassação do registro dos candidatos eleitos pelo Podemos, caso sejam comprovadas as irregularidades.

A repercussão do caso evidencia a necessidade de maior fiscalização e transparência no uso de recursos públicos destinados às campanhas eleitorais, além de acender um alerta sobre o uso indevido de candidaturas femininas para preenchimento de cotas partidárias.



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